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23 de agosto de 2010

O Numero 23 (Só que sem o Jim Carrey)




(Ou, um aniversário pra chamar de meu!)

Enfim, mais um aniversário. Lembro que o primeiro post deste blog foi em um aniversário meu (se eu não me engano de 18 ou 19 anos). E mais uma vez volto aqui pra soprar velas. rs.

A felicidade está nas pequenas coisas (Não, não é a Ana Maria Braga escrevendo aqui...). Mas, este principio está realmente me dominando. Ser grato a Deus pelo pão do dia ou em ver fotos de um príncipe-menino que acabou de nascer. Como diria a musica que o João Alexandre regravou 'Te vejo poeta no andar das pessoas, nessas coisas boas que a vida dá. Te vejo poeta na velha amizade, na imensa saudade que trago de lá!'

Essa é a sensação: Ver ao poeta maior!
Um poeta tão perfeito que as suas rimas se encaixam até mesmo em uma caderno sujo e rabiscado como eu.

Ontem aconteceram dois momentos dos quais me achei indigno, de verdade.
O primeiro, foi na vigília da minha Church. Já nos aproximando do final, meu pastor pediu que eu trouxesse uma palavra. Eu nem sabia o que falar, mas acabei falando uma coisas que Deus tem colocado no meu coração exatamente sobre isso, a gratidão. E pra mim foi espantoso ver as pessoas sendo abençoadas através daquilo que eu falava. Depois disso, meu pastor me teceu uns elogios que eu pensei 'Deus, esse não sou eu não!' rs.

O segundo momento, ainda no mesmo dia, foi a noite. Meu amigo foi pregar em uma igreja e acabou chamando os jovens da Church para estarem lá. Meo, foi demais. O coração daquele cara é fenomenal. Saca aquelas pessoas que observamos e pensamos 'Quando eu crescer eu quero ser assim!'. Esse é ele.

Ai, já no final da pregação, ele começou a contar uma parada que tinha acontecido com a gente. E começou a falar umas coisas de mim que eu fiquei besta. Nunca tinha me visto por este lado, de verdade. E eu não falo aqui de auto-estima baixa ou de falsa modéstia. Falo de você ver que abençoou uma pessoa de uma forma que você nunca imaginou. E ver está pessoa ali, te agradecendo...man, isso é tão especial. Foi tão marcante.
Depois do culto, teve uma 'festa do chocolate'. Um parabéns adiantado e improvisado no qual eu tive vontade de me enfiar debaixo da mesa, rs.

Acho que isso se torna uma resposta ao post em que eu falava sobre nos enxergarmos sobre o ponto de vista de outros. Deus é sábio em nos consolar.

Bom, confesso que este foi o aniversário mais meu que já tive na minha vida. Pouquíssimas ligações. Algumas mensagens no celular. Uns 4 recados no orkut. Cumprimentos e parabéns pela familia da Church e pela familia de Casa tambem. Foi isso. Foi TUDO isso!

E como estou TÃO completo!

Pensar que as pessoas que me felicitaram são aquelas que anotaram a data em algum lugar ou que tentaram no arrisco mesmo (Como diria a Ju: É hoje mesmo? Hahaha), ou ainda que trazem consigo a bagagem das comemorações anteriores, isso é tão bom! Tão rico! Tão afável! Tão imensurável!
Adoro a simplicidade dos pequenos cuidados!

E ontem, já pronto pra dormir, sai da cama pra atender a ligação de uma pessoa tão especial e querida pra mim. que mesmo tão longe mostra um cuidado e um carinho celestial. Alguém que me fez chorar igual criança ao telefone. [Droga, me pegou despreparado! hahaha].
Desliguei o telefone e na caixa postal tinha uma mensagem de um grande amigo da igreja.

Quando voltei pra cama, parecia que Jesus ia sair de dentro do guarda-roupa com um bolo e transformar dolly em Coca! =D

23... Tanta coisa pra conquistar!
Um monte de sonhos guardados aqui! Prontos pra ganharem forma, vida!

Obrigado Deus, porque Te vejo nas pequenas coisas!
Com meus mais novos 23 anos quero gritar: O Amor Reina!

=D

3 de agosto de 2010

Senta lá, Claudia!




O cenário é inusitado para um programa de TV. Crianças tocam o terror enquanto a apresentadora iniciante, sob gritos e ameaças, tenta instaurar a ordem no local e acalmar os ânimos. Eles gritam, correm, perguntam, não se posicionando e não dão a mínima para ela e seus apelos: ‘Ajuda eu!’.

Isso não estava previsto no roteiro do programa. Assim como não pode ser previsto em uma ficha de aula.

Quando o projeto começou imaginava as salas de aulas como a terra dos ‘ursinhos carinhosos’: alunos sempre felizes e dispostos a aprender. Respeitando-se mutuamente e compartilhando sempre. Afinal é oficina de vídeo, é algo novo, é uma oportunidade, é de graça, é legal... e encontra inúmeros motivos para justificar o interesse e desinteresse dos alunos.

O que eu não havia me dado conta, até então, é que antes de tudo cada aluno é um ser único. Que trás uma bagagem que não pode ser prevista em nenhuma ficha de aula. Desminto então aqui o jargão de que ‘Criança é tudo igual’. Isso é uma grande mentira!

Nem toda criança brinca, nem toda criança sorri, nem toda criança tem a família do comercial de margarina com papai, mamãe, irmãos e cachorrinho. Aliás, algumas crianças não possuem nem margarina ou tão pouco pão para tomar café da manhã.

Entrar na área da educação me colocou em contato com realidades até então camufladas pela sociedade. E, como diria a canção do Palavra Cantada: ‘Criança não trabalha, criança dá trabalho!’.

É incrível a necessidade afetiva que as crianças e adolescentes possuem. E, quero aproveitar este texto, para destacar algumas falas de alunos que me fizeram crescer e refletir muito e pensar sobre as suas reais necessidades.

Eles precisam compartilhar:

‘Desde que meu Pai saiu de casa estou em depressão. Tenho ido ao psicólogo. Olho as pessoas em volta dando risada e penso: eu não pertenço a este lugar. Só eu não estou feliz...’

Eles precisam suprir faltas:

‘No meu aniversario meu pai, que não mora mais com a minha mãe, me deu três celulares, duas câmeras digitais, um computador, muitas bonecas...’ – e a lista seguia, porém as roupas batidas denunciavam a verdade.

Eles precisam saber e ter algo em comum:

‘-Tio, você viu o filme da Barbie e o Castelo de Diamantes? E o da Vida de Sereia? E o da Rapunzel? E o das Três Mosqueteiras? E o do Lago dos Cisne?...’ – E por ai seguia a filmografia da melhor atriz de todos os tempos: Barbie! (E o mais curioso de tudo é que eu realmente já havia assistido a estes filmes!).

Eles precisam agradecer:

‘É a primeira vez que pego na câmera!’

Eles precisam protestar e questionar:

‘Eu não quero ficar aqui! Quero ir pra piscina!’

São muitos rostos, muitas histórias, muitas personalidades, muito tudo.

E agora, escrevendo esta reflexão, me dou conta de como tudo isso me fez bem. Trabalhei com pessoas excepcionais com as quais aprendi muito. E não falo isso cumprindo a formalidade de agradecimentos finais, mas sim, reverenciando a pessoas que posso sem dúvida alguma chamar de mestres e artistas naquilo que fazem.

E, adaptando uma frase do C.S. Lewis termino esta reflexão dizendo que ‘entrar em sala de aula não vai, primordialmente, mudar os alunos. Mas irá mudar a mim mesmo!’

Senta lá, Josi!